domingo, 28 de novembro de 2010

NOTA OFICIAL DO GOVERNADOR SÉRGIO CABRAL

"A reconquista do território do Complexo do Alemão pelo Estado é um passo fundamental e decisivo na política de segurança pública que traçamos para o Rio de Janeiro. Mas o trabalho para garantir, de uma vez por todas, o direito de ir e vir dos cidadãos de bem apenas começou. Ele é de médio e longo prazos e tem como principal objetivo recuperar 30 anos de abandono das comunidades carentes. Por trás desse abandono, havia uma falsa dicotomia entre lei e ordem e direitos humanos, quando, na verdade, essas questões devem sempre andar juntas, como agora. Os direitos humanos só podem ser verdadeiramente garantidos se houver ordem e segurança pública. Estamos recuperando o Rio de Janeiro de uma situação de décadas de mazelas, de crise econômica, social, de falência política. E a principal marca desse trabalho é a união, a parceria, a presença do governo federal, junto com o governo estadual, com a prefeitura, com a participação e o apoio da sociedade. Durante esses últimos quatro anos, temos feito, em conjunto com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um grande investimento no Complexo do Alemão. Entregamos habitações novas para a população, estamos concluindo o sistema de transporte por teleférico, que é o maior da América Latina, levando saneamento básico e investindo em saúde. Estamos investindo, enfim, no resgate dessa população, dando dignidade aos trabalhadores que ali vivem com as suas famílias, que ali criam os seus filhos e sonham com um futuro sem medo, sem violência. Sempre afirmamos que esse resgate não seria completo enquanto não levássemos segurança pública e paz à população do Complexo do Alemão. Com essa reconquista territorial, demos um passo extraordinário e sem volta. As nossas polícias, Civil e Militar, continuarão trabalhando articuladas com as Forças Armadas e a Polícia Federal para que possamos reconquistar mais territórios. Mais uma vez, faço um agradecimento emocionado a toda a população do Rio de Janeiro, que nos apoia de maneira irrestrita nesse trabalho de reconquista das comunidades. Agradeço também aos nossos policiais militares, civis, aos policiais federais, aos militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, e à Prefeitura do Rio de Janeiro. Agradeço, ainda, ao presidente Lula e a toda a sua equipe, em especial ao ministro da Defesa e ao ministro da Justiça, que têm nos dado todo o apoio nessa batalha em que o bem vencerá o mal. Não tenho dúvida nenhuma de que, juntos, nós estamos virando uma página na história do nosso estado."

Sérgio Cabral, governador do Estado do Rio de Janeiro.


sábado, 27 de novembro de 2010

Traficantes da Vila Cruzeiro fogem da polícia






Polícia chega em tanques de guerra e põe vagabundagem pra correr. Próximo alvo é o Alemão

Com apoio de fuzileiros navais e a bordo de blindados de guerra, a Secretaria de Segurança desencadeou ontem uma das maiores ofensivas contra o crime organizado no Rio, para tentar conter a onda de terror espalhada por criminosos no estado. A megaoperação realizada ontem resultou, segundo as autoridades, na retomada pelo estado da Favela Vila Cruzeiro, na Penha, um dos principais redutos da facção Comando Vermelho (CV).


Acuados pelo enorme aparato policial após horas de intensos confrontos, mais de 100 bandidos fugiram da favela por estrada no alto da Serra da Misericórdia, rumo ao Complexo do Alemão, outro bunker do CV, durante a tarde de ontem.

"Já podemos afirmar que a comunidade pertence ao estado. Apoiados pela Marinha, as forças estaduais conseguiram expulsar os bandidos e retomar o território", comemorou o subchefe operacional da Polícia Civil, delegado Rodrigo Oliveira.

Apesar da reação da polícia, os ataques prosseguiram ontem em diversos pontos do Rio. Pelo menos 32 veículos - carros, ônibus, caminhões, motos e vans - foram incendiados. As ordens para os atentados foram flagradas em conversas telefônicas entre três advogados do CV, que falavam sobre a ordem do chefão do tráfico Márcio Nepomuceno, o Marcinho VP, de enfrentar a polícia e intensificar os ataques na cidade.

‘Caveiras' dormiram na favela

Informadas sobre as ordens de Marcinho VP, as autoridades decidiram que a Vila Cruzeiro ficará ocupada por tempo indeterminado - primeiro passo para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). A Secretaria de Segurança determinou que 150 homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) passariam a noite na favela para evitar que os bandidos tentassem retomar o local. Ontem à noite, o secretário José Mariano Beltrame anunciou novas operações em favelas do Rio, com apoio de 300 agentes da Polícia Federal.

by Roberta Trindade

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Escravidão de bebidas

Há uma ameaça grave entre nós. Setores que lucram com as bebidas alcoólicas estão querendo usar os portos e a localização estratégica do Ceará para fazer entrar no território brasileiro uísques e outras bebidas importadas a custo mínimo.

O Governo do Ceará sinaliza a intenção de facilitar essa invasão alcoólica com a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O projeto tramita na Assembleia Legislativa. A ilusão dos defensores dessa proposta é que a chegada de bebidas em grande volume traria um aumento da arrecadação do Estado.


Muita gente encara o consumo de bebidas alcoólicas com tanta naturalidade que nem se dá conta dos perigos e danos que ela acarreta. Só percebe o lado bom e lucrativo da questão.


Há mais de 100 anos, a escravidão dos negros também era encarada com naturalidade. Fazia parte da cultura e do cotidiano. Pessoas tidas como inteligentes lucravam com a servidão, sem se preocupar com o sofrimento decorrente.


Partiu do Ceará a histórica iniciativa de romper com o pacto da escravidão. Um corajoso cearense, “Chico da Matilde”, líder dos jangadeiros na época, decidiu que, pelos portos cearenses, não mais seriam transportados escravos, por mais dinheiro que isso representasse. Pelo seu ato de bravura ficou conhecido como “Dragão do Mar” e o Ceará, um dos primeiros Estados a abolir a escravidão, passou a ser considerado “Terra da Luz”.


O desafio de hoje é muito parecido. Querem usar nossos portos para fazer adentrar, em imenso volume, bebidas que escravizam muita gente; trazem doenças, violência, sofrimento e morte. Embora o álcool gere lucro para alguns, nada justifica que nossos governantes se omitam diante das desgraças que seu abuso acarreta.


Pedimos ao nosso governador e aos nossos deputados que se inspirem na coragem de Dragão do Mar para romper com esta outra forma de escravidão que tenta também fazer uso de nossos portos. Cancelem, revoguem, repudiem a indecente proposta de reduzir os impostos das bebidas alcoólicas quentes importadas. Optem pela saúde , pela Vida, pela Luz.

Regina Elias - Psicóloga e mestre em Saúde Pública pela Uece

Chefão da Rocinha se reuniu com antigos rivais na Penha, diz PM

Traficante Nem se encontrou com criminosos conhecidos como Pezão e FB

Mario Hugo Monken, do R7 | 24/11/2010 às 06h00

O Serviço Reservado da Polícia Militar do Rio de Janeiro recebeu informações na noite desta terça-feira (23) que reforçam a suspeita de união entre as duas principais facções criminosas do Rio de Janeiro.

Segundo um oficial da corporação, o chefe do tráfico na favela da Rocinha, em São Conrado, na zona sul carioca, conhecido como Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, teria participado de uma reunião à tarde na comunidade da Chatuba, na Penha, na zona norte, com os criminosos Fabiano Atanásio da Silva, que comanda o conjunto de favelas do bairro e Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, que controla o complexo do Alemão. Um agente da Polícia Civil relatou ao R7 que um comboio com pelo menos seis carros saiu da Rocinha em direção à Penha.

A suposta aliança entre as duas facções foi admitida nesta terça-feira pelo secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame.

De acordo com fontes da polícia, o pacto teria sido firmado em uma primeira reunião no último domingo (21) na Rocinha da qual participaram traficantes da própria comunidade, além dos complexos da Penha e do Alemão, e dos morros de São Carlos.

As duas facções foram as mais afetadas pela política de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadoras) e teriam decidido se unir para enfrentar o governo. Apesar de ter admitido a aliança, o secretário disse que a onda de ataques foi promovida apenas pelo grupo que comanda os complexos da Penha e do Alemão.

Uma terceira organização criminosa que também controla o tráfico em favelas cariocas ainda não aderiu ao acordo, mas, segundo policiais, já estaria sendo pressionada pelas outras quadrilhas. Caso não participe, terá seus redutos invadidos pelas outras facções.

Segundo a polícia, o traficante Marcinho VP, preso na penitenciária federal de Catanduvas (PR) e líder da facção que atua no complexo do Alemão, transmitiu ordens para seus subordinados realizarem ataques na cidade e agirem com extrema violência. De acordo com informações que chegaram à polícia, a orientação é atirar se houver reação das vítimas.