14/10/2010
Por Tarcísio Holanda
Lula aprovou a tática agressiva
O presidente Lula aprovou previamente a atitude agressiva que Dilma adotou no debate das 10 horas da noite de domingo, na TV Bandeirantes, para se defender de infâmias e calúnias cuja responsabilidade atribui ao adversário, José Serra, o candidato do PSDB. Lula ouviu razões que justificavam adotar um tom agressivo no debate de televisão e ouviu argumentos que desaconselhavam a posição ofensiva. Ficou ao lado da atitude agressiva, achando que a candidata do PT não podia calar diante das injustiças que estava sofrendo. Lula achou que era preciso sair da posição moderada.
"Campanha é para discutir propostas, comparar candidatos, o que eles fizeram, o que vão fazer".
José Serra
Candidato do PSDB a presidente
Boataria
Dilma deixou claro que a boataria infamante tinha origem em José Serra, ao declarar que sua esposa, Mônica Serra, dissera em uma caminhada pelas ruas de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense: "A Dilma mata criancinhas". Para se contrapor às denúncias repetidas à exaustão pelo tucano em face do escândalo de Erenice Guerra e seus familiares na chefia da Casa Civil, Dilma também apresentou uma denúncia no debate da TV: Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa, é acusado de fugir levando R$ 4 milhões que eram destinados ao financiamento da campanha de José Serra.
Denúncias de Dilma
Surpreendido, como confessou, pelo tom agressivo de Dilma naquele debate de televisão, José Serra ficou em silêncio diante das duas denúncias - uma envolvendo sua própria esposa e outra um assessor de confiança. Na última segunda-feira, Serra esteve em Goiânia, a capital de Goiás, onde se declarou surpreso com o tom agressivo de Dilma naquele debate de televisão. Aí mencionou a acusação à sua esposa: "Ataque à família não é bom na campanha. Campanha é para discutir propostas, comparar candidatos, o que eles fizeram, o que vão fazer" - queixou-se.
Factóide
Quanto a Paulo Vieira de Souza que, segundo Dilma, fugira com R$ 4 milhões da campanha de Serra, tendo sido o administrador das obras em São Paulo, quando o tucano era governador, sendo conhecido por Paulo Preto, o candidato do PSDB disse na capital goiana que nem o conhece. "Eu não sei quem é Paulo Preto. Nunca ouvi falar. Ele foi um factóide criado para que vocês (os repórteres) fiquem perguntando". É estranho que Serra desconheça alguém de confiança no comitê de sua campanha e um gestor das obras importantes de seu governo, inclusive o Rodoanel.
Chamado
Voltando a fazer comício ao lado de Dilma, depois do primeiro turno, em uma concentração popular realizada em Ceilândia, nos arredores de Brasília, Lula não só conclamou a militância a se mobilizar pela candidata do PT, como acentuou ter chegado o momento de o Brasil eleger uma mulher, que disse ser "muito mais competente" do que seu adversário. Lula julga que agiu certo ao escolher uma mulher e lembrou que 67% do eleitorado brasileiro votaram em duas mulheres no primeiro turno - em Dilma Rousseff e Marina Silva, a candidata do Partido Verde.
Exageros
O candidato do PSDB, José Serra, já disse que foi criador do Seguro-Desemprego no Brasil, o que não é verdade. O seguro-desemprego nasceu na Constituinte de uma proposta apresentada pelo ex-senador e ex-deputado Ronan Tito, do PMDB de Minas Gerais. José Serra também costuma dizer que, como ministro da Saúde de Fernando Henrique Cardoso, fora ele quem colocara os remédios genéricos no mercado brasileiro, o que também não é verdade. Quem adotou os genéricos no país foi o saudoso Jamil Haddad, ministro da Saúde no governo de Itamar Franco.
FONTE: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=867646
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