A escolha profissional é um importante passo para uma vida adulta mais feliz, já que, tornando-se um bom profissional em determinada área, ocorrerá um reconhecimento deste por parte da sociedade. Porém, uma escolha errada trará sérios problemas, tais como desemprego, infelicidade e improdutividade.
Por isso, é fundamental não se deixar influenciar pelos pais, porque geralmente buscam que os filhos optem por profissões de maior reconhecimento e prestígio da sociedade, e não por profissões em que os filhos tenham mais habilidade e interesse em exercê-las.
Isso faz que muitos profissionais tornem-se frustrados em suas profissões, pois muitos estão exercendo funções que não os satisfazem. Para que isso não continue ocorrendo, é preciso desconsiderar a opinião de muitas pessoas, visando tomar uma decisão que, no futuro, não cause arrependimento e frustração.
É necessário, portanto, ter talento para o exercício de qualquer profissão e determinação para alcançar os objetivos na carreira profissional.
"Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá a vida eterna."
Gálatas 6:7,8
"Cada um fique na vocação em que foi chamado." 1 Coríntios 7:20
Em recente pesquisa internacional da empresa de recursos humanos Bumeran, 94,4% de profissionais brasileiros entrevistados confessaram-se insatisfeitos com seus empregos e 95% descontentes com seus salários.
A psicóloga Vera Rita de Mello Ferreira desenvolveu um método no mestrado para auxiliar profissionais a reconhecer os fatores que impedem ou facilitam o desenvolvimento no trabalho. Parte da dissertação acadêmica, defendida no Departamento de Psicologia Social e do Trabalho da Faculdade de Psicologia da USP em 1999, está em seu livro " O componente emocional, funcionamento mental e ilusão à luz das transformações econômicas no Brasil desde 1985 " (Papel Virtual, 2000).
Formada em 1978 pela PUC -SP com especialização em Psicanálise pelo Instituto Sedes Sapientiae, Vera Rita divide o atendimento psicanalítico com o que ela denominou de consultoria da vida profissional. " A experiência clínica mostrava que meus clientes da psicanálise se desenvolviam com mais rapidez nas questões do trabalho e do dinheiro do que nas afetivas ", diz.
Em 1995, intrigada com os estragos decorrentes da inflação e dos planos econômicos para debelá-la, e respaldada nas referências dos clássicos Melanie Klein (1882-1960 ) e Wilfred Bion (1897 -1979 ), Vera se propôs a destrinchar o conceito: "Não existe nenhum processo de pensamento sem a raiz emocional". Há sete anos atende homens e mulheres entre 30 e 50 anos, sem interesse, dinheiro ou tempo para fazer análise e que vivem conflitos no trabalho.
O resultado da consultoria se aplica à Psicologia Econômica, pela qual se estudam comportamentos relacionados a recursos escassos como dinheiro, tempo e esforço. Seu principal expoente é o psicólogo George Katona (1901-1981), Universidade de Michigan . Nesse mês, Vera Rita participa do 27º Congresso de Psicologia Econômica na Finlândia, com um trabalho sobre as raízes do poder e é uma das organizadoras do 1º Encontro da área no Brasil que acontecerá em 2003, em São Paulo.
O método criado por Vera Rita consiste em cinco encontros de uma hora e meia cada um. Ao cliente, pede-se disposição para diagnosticar com cuidado seu comportamento profissional, por meio de reflexão e anotações. " Passo 'dever de casa' e aplico um questionário com 38 perguntas para entender o comportamento mental e como ele se posiciona no mercado. É recorrente surgir um problema central que será usado como modelo para verificar o que se associa a essa questão " .
Consultora e cliente analisam juntos uma situação de fracasso e outra de sucesso. Elas ajudarão a reconhecer limites, talentos, aptidões para funções, tolerância a frustrações, capacidade de ter "insights", viver o presente, formar e sustentar redes de relacionamento. E revelará como o profissional reage ao princípio do prazer e o que impede o prazer no trabalho e diminui suas chances de sucesso.
Procurar ajuda para se livrar de conflitos profissionais pode ser interpretado como fragilidade. Claudio* , 40 anos , jornalista; Oscar*, 50 anos, arquiteto; e Luiz * 44 anos, engenheiro mecânico são sócios numa produtora de vídeo e pedem sigilo de identidade. Há um ano e meio juntos, eles provaram que nem sempre as partes formam o todo. " Funcionávamos bem sozinhos, mas quando nos juntamos, a correria abafou problemas que só verbalizamos com o auxílio da Vera Rita " , diz um deles. A consultoria ao trio de sócios é muito recente e eles ainda não sabem avaliar seus efeitos, mas um dado emergiu. " Precisamos nos formalizar e lidar melhor com o dinheiro " .
* Cláudio, Oscar, Luiz e Frank são nomes fictícios.