sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Copa do Mundo e Jogos Olímpicos





A Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos são uma grande conquista para o povo brasileiro, visto que serão realizadas obras de infra-estrutura no Brasil de extrema importância para o desenvolvimento da nação. Além disso, os investimentos nos esportes olímpicos ganharão um impulso por meio de projetos estatais e pelo financiamento dos atletas por multinacionais.

Dessa forma, os índices de criminalidade poderão ter um decréscimo significativo. Isso já é constatado em alguns morros cariocas, pois os jovens que participam de projetos sociais de cunho esportivo têm uma menor probabilidade de se envolverem com atividades criminosas.

De outro modo, em morros como Dona Marta, Batan, Chapeú Mangueira e Babilônia ocorreram a ocupação efetiva pela Política Militar por meio do policiamento comunitário, afastando, com isso, a atuação de traficantes de drogas. As Unidades de Polícia Pacificadora(UPP) devem se expandir com a proximidade da Copa do Mundo, segundo projetos do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Essa polícia comunitária deve atuar em pelo menos 50 comunidades até 2014. Os bairros de Copacabana e Leme estão inicialmente entre os principais alvos desses projetos.

Esses dois eventos internacionais também promovem um incremento na vinda de turistas ao país, aumentando consideravelmente o faturamento das empresas nacionais ligadas ao ramo, principalmente hotéis e restaurantes. Com isso, faz-se necessária a contratação de novos funcionários, gerando emprego e renda para muitas famílias.

Além disso, a autoestima dos brasileiros melhorou em virtude da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Porém isso pode não se sustentar caso existam fraudes e superfaturamentos* em licitações das obras, algo que parece ser comum na política brasileira, no entando, deve ser combatido por todos que almejam um país mais ético e menos desigual.

João Victor Rabelo

*‘Pequeno’ erro
O TCU mostrou que só em verbas federais, a estimativa inicial era de gastos de R$ 95 milhões. Foram gastos R$ 1,8 bilhão, ou 1.589% a mais na realização do Pan no Rio.

Sobre as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP)

Por Vitor Abdala

Rio de Janeiro - As favelas do Pavão-Pavãozinho, Cantagalo, Ladeira dos Tabajaras e Morro dos Cabritos, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, serão as próximas a receber unidades de Polícia Pacificadora (UPP), como são conhecidas as unidades de policiamento comunitário. A informação foi divulgada hoje (1º) pelo governo do estado.

As quatro favelas de Copacabana se somarão às cinco comunidades cariocas que já contam com este novo modelo de policiamento, que prevê o fim do controle de grupos armados na favela e uma aproximação maior com a comunidade: Dona Marta, Babilônia e Chapéu Mangueira, na zona sul; Cidade de Deus, em Jacarepaguá; e Batan, na zona oeste.

O processo de implantação da UPP no Pavão-Pavãozinho e no Cantagalo, já está numa fase mais adiantada que nos Cabritos e na Ladeira dos Tabajaras. A primeira fase, iniciada nesta semana pela Polícia Militar, consiste na chamada “pacificação”, ou seja, em operações policiais para retomar o controle do território das mãos dos criminosos.

Os batalhões de Operações Especiais (Bope), de Choque e de Copacabana continuam ocupando o Pavão-Pavãozinho e o Cantagalo e fazendo uma espécie de varredura no local, em busca de criminosos, drogas e armas. Segundo o oficial de Relações Públicas da Polícia Militar, coronel Aristeu Leonardo, a ocupação policial tradicional continuará nessas duas comunidades até que a Unidade de Polícia Pacificadora seja instalada.

Agência Brasil


Vídeo institucional Rio 2016:
http://www.youtube.com/watch?v=FIOxIG0mA4Q

Infra-estrutura a ser montada para os Jogos Olímpicos de 2016:
http://sportv.globo.com/Sportv/2009/videos/0,,SRI1132561-17088.html



quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A insegurança crescente no Brasil




A violência é um mal cada vez mais presente no Brasil, devido a muitos problemas sociais que remontam a séculos de inoperância estatal e ao consequente descaso com a população brasileira.

Uma das maiores evidências de que isso está ocorrendo é o aumento gradual, ao longe de décadas, dos casos de homicídios. Isso se deve tanto pela facilidade de se conseguir uma arma de fogo ilegalmente, como pela ausência do Estado em suprir as carências fundamentais da população, como educação, saúde, moraria, lazer, cultura, dentre outras. No entanto, a Constituição Federal garante a todo cidadão o acesso a tudo que já foi citado anteriormente. O cumprimento dessa norma, porém, não está acontecendo como deveria, prejudicando uma grande parcela da sociedade, principalmente a de baixa renda.

É preciso que haja um maior empenho das autoridades em fazer cumprir a legislação e evitar o aumento da violência. Esse aumento ocorre por meio da entrada de armas de fogo ilegais pelas fronteiras brasileiras, principalmente pelo Paraguai e pela Bolívia, onde existe um lucrativo comércio ilegal de armas. Por isso, faz-se necessária uma maior intensificação na fiscalização terrestre, aérea e marítima da fronteira nacional a fim de que essas armas de fogo não cheguem às mãos de criminosos brasileiros, especialmente das organizações criminosas.

João Victor Rabelo

As estatísticas sobre porte e uso de arma de fogo no país são consideradas incompletas e pouco confiáveis por especialistas das áreas de criminalidade e segurança pública. Não há sequer um balanço formal do número de armas existentes no país - existem apenas estimativas extra-oficiais. Ainda assim, dezenas de pesquisas isoladas, principalmente a respeito do impacto das armas nas estatísticas de mortalidade, oferecem informações importantes sobre o assunto. A seguir, alguns dados desses estudos:


Porte e desarmamento

17 milhões
de armas de fogo estariam em circulação no Brasil, conforme estimativa divulgada pela ONG Viva Rio. Dessas, só 49% são legais; 28% seriam armas ilegais de uso informal e 23%, armas ilegais de uso criminal.

3,5%
dos domicílios brasileiros têm algum tipo de arma de fogo, porcentual muito inferior inclusive que de países com menores índices de criminalidade, como Canadá (30%), França (24,5%) e Suíça (35%)

443.000
armas de fogo foram entregues pela população no primeiro ano da campanha de desarmamento. A expectativa do governo era de receber 80.000 armas. A campanha do país só perde para a da Austrália (600.000 armas).

8,2%
foi a queda no número de mortes provocadas por armas de fogo no primeiro ano de campanha de desarmamento no país, segundo o Ministério da Saúde. Foi a primeira redução no índice em 13 anos de pesquisas.

72%
das armas usadas em crimes entre 1999 e 2005 no Rio de Janeiro pertenciam a cidadãos de bem e caíram nas mãos dos bandidos em assaltos e outros crimes, segundo pesquisa da Secretaria Estadual de Segurança Pública.

61%
dessas armas desviadas no Rio tinham sido compradas em lojas, sendo que 33% eram registradas e 39% não tinham registro. O resto dos armamentos usadas em crimes, 28%, eram provenientes do tráfico de armas.

29%
das armas registradas usadas em crimes no Rio de Janeiro foram desviadas das mãos do próprio Estado, ou seja, das polícias e das Forças Armadas do país; 65% das armas desviadas para o crime pertenciam a indivíduos.


Mortes

21,72
óbitos em cada grupo de 100.000 habitantes é a taxa de mortalidade por arma de fogo no país, conforme estudo da Unesco. Essa taxa triplicou num período de vinte anos no país.


é a posição do país no ranking de mortes por armas de fogo, perdendo só para a Venezuela (30,34 a cada 100.000). O Japão foi o país com melhor índice - apenas 0,06, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

416%
foi o crescimento no número de jovens mortos por armas de fogo no país entre 1979 e 2003, conforme estudo da Unesco. A cada três jovens que morrem no país, um é vítima de arma de fogo.

40.000
pessoas morrem anualmente com o uso de armas de fogo no país, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Mesmo representando 2,8% da população mundial, o país tem 11% dos homicídios.

63,9%
dos homicídios cometidos no Brasil são praticados com arma de fogo, conforme números do Datasus. A segunda principal causa, com 19,8% dos homicídios, é o uso de arma branca.

20 a 29 anos
é a faixa etária com maior taxa de mortalidade por arma de fogo entre os homens, com 103,1 óbitos por 100.000 habitantes. Dos 15 aos 19 anos, a taxa é de 71,2, e dos 30 aos 39 anos, o índice é de 57,7.

39,1%
dos adolescentes com idades entre 15 e 19 anos mortos no país em 2002 foram vítimas de armas de fogo. No mesmo ano, acidentes de carro mataram 14,8% desse contingente; 19,9% morreram de causas naturais.

30,1
é a taxa de mortalidade por arma de fogo entre cada 100.000 negros no país. O índice é menor entre os pardos (28,5 óbitos por 100.000 habitantes) e entre os brancos (16,6 óbitos por 100.000 habitantes).



domingo, 4 de outubro de 2009

Missão cumprida

NA RUA
O capitão do Exército Marcelo Domingues conversa com crianças em Cité Soleil (acima). Militares fazem patrulha noturna (abaixo). Os soldados brasileiros se aproximaram da população. Assim, conseguiram pacificar áreas violentas



VIDA NOVA
Militares brasileiros patrulham uma rua de Cité Soleil, em Porto Príncipe. No começo, eles só entravam ali em veículos blindados

Após cinco anos, a atuação das forças brasileiras na pacificação do Haiti é considerada um caso de sucesso. A ONU agora quer nossos soldados em outros países
Leandro Loyola (texto) e Marcelo Min (fotos), de Porto Príncipe, Haiti

As ruas de Porto Príncipe, a capital do Haiti, são apinhadas de gente. Um terço dos 9 milhões de haitianos vive na cidade de traçado colonial, com ruas estreitas e esburacadas, espremida entre o mar e uma cadeia de montanhas quase totalmente desmatadas. No meio da multidão, destacam-se capacetes azuis, sinais da presença de soldados da Força de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU). Sob um sol abrasador, capaz de manter a temperatura perto dos 40 graus célsius o ano inteiro, soldados armados e vestidos com um equipamento de 30 quilos patrulham as ruas a pé, como policiais. A presença deles seria uma anomalia na maioria dos países. Mas no Haiti é um sinal de que a vida começa a voltar ao normal.

Os brasileiros formam o maior contingente de capacetes azuis no Haiti. Em 2004, o Brasil assumiu o comando militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), o país mais pobre do Hemisfério Ocidental e um dos mais pobres do mundo. A intenção inicial do Itamaraty era firmar o papel do Brasil como potência regional e demonstrar capacidade para pleitear uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU no futuro. Desde então, a cada seis meses, cerca de 1.200 militares do Exército e da Marinha chegam ao país para uma temporada de serviço. Os brasileiros são a maioria entre os cerca de 7.100 militares de 17 nações que compõem a missão.

Agora, após cinco anos, a ONU considera que a situação no Haiti se estabilizou. “A fase da pacificação do Haiti acabou”, diz Luiz Carlos da Costa, vice-representante especial do secretário-geral da ONU no Haiti. “As pessoas podem andar em áreas onde antes só iam com escolta e coletes à prova de balas.” O que, no início, parecia ser um atoleiro, no qual o Brasil havia caído, é hoje um sucesso reconhecido. No dia 9, o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, emissário especial da ONU para a reconstrução do Haiti, elogiou o trabalho do Brasil em um discurso na reunião do Conselho de Segurança.

Observadores independentes e a ONU atribuem a maior parte do sucesso da missão à atuação das Forças Armadas brasileiras. Richard Gowan, pesquisador do Centro para Cooperação Internacional da Universidade de Nova York, considera a operação de paz no Haiti uma das mais bem-sucedidas entre as 17 que a ONU mantém no mundo. Especialista em operações de paz, Gowan já acompanhou o trabalho dos militares brasileiros no Haiti. “Todos reconhecem que os brasileiros assumiram os maiores riscos e tiveram sucesso”, afirma. Diretor da ONU para a unidade de Operações de Paz para Europa e América Latina, David Harland faz uma avaliação semelhante. “O Haiti mudou de uma fase de instabilidade radical para uma situação estável – em grande medida graças ao trabalho dos brasileiros”, diz.

Essa mudança, na prática, foi observada por ÉPOCA em Porto Príncipe. Os soldados patrulham a pé até as partes mais violentas e miseráveis – pobreza no Haiti é pouco; o que existe é miséria –, como os bairros de Cité Soleil e Bel Air. Eles conversam com moradores e se esgueiram por becos durante a noite. No dia a dia, os soldados agora usam armas com balas de borracha e bombas de efeito moral.

Quando os primeiros militares brasileiros chegaram a Porto Príncipe, esse quadro parecia improvável. O Haiti estava mergulhado no caos, após a queda do presidente Jean-Bertrand Aristide. O vácuo no poder fez com que gangues de criminosos e traficantes tomassem o controle de Cité Soleil e Bel Air – bairros com cerca de meio milhão de habitantes. Políticos aproveitavam a confusão para insuflar manifestações. Os soldados circulavam com Urutus para superar montanhas de lixo de mais de 1 metro de altura e remover carcaças de carros das ruas. “As lojas eram atacadas pelas gangues”, diz o general Floriano Peixoto, comandante militar da Força de Paz. “Até o comércio informal era limitado.” A Polícia Nacional do Haiti era acusada de permitir chacinas. Os cadáveres apodreciam sob o sol.

Os primeiros dois anos da operação brasileira no Haiti foram complicados. Pressionado por políticos, o presidente René Préval, eleito após a queda de Aristide, defendia a negociação com as gangues e resistia aos pedidos da ONU de um ataque frontal a elas. Mas, em novembro de 2006, a ONU arrancou de Préval um compromisso de combate às gangues. Até o início do ano passado, “o pau cantou”, como dizem os militares. De acordo com a ONU, mais de 2 mil pessoas foram presas. Não há contagem de mortos.

De acordo com Richard Gowan e David Harland, da ONU, o segredo do sucesso brasileiro tem sido uma estratégica combinação de tiros com caridade. “As forças brasileiras são respeitadas e admiradas porque atiram quando têm de atirar, mas se envolvem em projetos de reconstrução que ajudam a população a melhorar de vida”, afirma Gowan. Os militares brasileiros se diferenciam de outras tropas por participar de operações de distribuição de comida, leite e água, atividades de recreação para crianças e projetos de obras de reconstrução e limpeza que dão empregos em Porto Príncipe.

Marcelo Min
SEM LUZ
Militares brasileiros patrulham em um veículo blindado. Os Urutus só são usados em regiões mais violentas e durante a noite

Marcelo Min
"Embora esteja sob controle, a situação do Haiti é frágil"
FLORIANO PEIXOTO, general do Exército e comandante das forças militares da missão de paz da ONU no Haiti

Marcelo Min
"A fase de pacificação do Haiti acabou"
LUIZ CARLOS DA COSTA, vice-representante especial do secretário-geral da ONU no Haiti

Distribuir comida no Haiti é uma operação de guerra. As ONGs locais selecionam as famílias mais necessitadas e, no dia marcado, o Exército faz as doações. Grandes filas se formam. A gritaria e as brigas são constantes. Sem segurança, poderiam acabar com mortos e feridos. Só as mulheres recebem alimentos – uma forma de garantir que os filhos terão comida. Enquanto a comida é entregue, em locais como quadras de esportes, os soldados promovem brincadeiras para as crianças. Por falta de espaço, muitas ficam de fora e acompanham, hipnotizadas, a distribuição. Outros soldados são espalhados por uma vasta área ao redor, para garantir que as mulheres não sejam roubadas quando saírem com os alimentos.

Os homens reclamam por não poder pegar a comida. Na cultura haitiana, eles têm preferência para comer. O sistema de privilégios para as crianças rompe com essa lógica. Mas não há afrontas aos soldados brasileiros. Em outro tipo de ação social, os militares criam frentes de trabalho para remover o lixo das ruas. Os selecionados ganham uma cesta básica após uma semana de trabalho em meio período. “Os brasileiros entenderam que o Haiti nunca terá paz sem apoio à comunidade”, afirma Harland. “É um modelo de como as missões de paz deveriam trabalhar.”

A estratégia aproximou os militares brasileiros da população. “Tropas de outros países passavam aqui só atirando, nem desciam do blindado”, diz um oficial do Exército. “Nós mostramos a cara.” A proximidade dá resultados práticos. Em uma das patrulhas que ÉPOCA acompanhou em Porto Príncipe, uma mulher se aproximou e pediu para conversar com o comandante da tropa. Com a ajuda do intérprete, ela falou sobre a localização de um bandido procurado pela polícia. Esse tipo de contato com os locais permitiu aos brasileiros construir uma rede de informantes. Na principal base militar brasileira em Porto Príncipe, três salas isoladas são dos militares da área de inteligência. Entre julho e agosto, três grandes líderes de gangues foram presos em operações brasileiras. Um deles era procurado por 50 mortes. “Num lugar populoso e complexo como Porto Príncipe, a inteligência é essencial para o sucesso da operação”, diz Gowan.

A vida dos militares brasileiros nas ruas de Porto Príncipe é uma prova de resistência. Os soldados vestem farda de mangas compridas, joelheiras, cotoveleiras, o pesado capacete azul com a marca UN e o Tudão. Esse é o nome dado a um conjunto formado por colete antibalístico de cerca de 8 quilos, recheado com arma, telefone, rádio, balas de borracha, bombas de efeito moral, spray de pimenta e outros acessórios. Completo, o conjunto chega aos 30 quilos. Todos usam óculos escuros e um lenço na cabeça para absorver o suor. Se quem veste camiseta sofre, um militar passa por uma verdadeira tortura. Um soldado no Haiti perde cerca de 3 quilos por dia. “A camiseta fica dura por causa do sal do suor”, diz o soldado André Salarini, há dois meses no Haiti.

O país onde estão os militares brasileiros ocupa um terço da ilha Hispaniola, no Caribe, e tem problemas gravíssimos. O nível de vida é comparável ao de países da África – de onde os ascendentes da maioria da população vieram como escravos entre os séculos XVI e XIX. Cerca de 80% dos haitianos são miseráveis. Metade deles não sabe ler e cerca de 60% dos que têm idade para trabalhar estão desempregados. Cada mulher tem, em média, 4,8 filhos. Em cada 1.000 crianças nascidas, 73 morrem antes de completar 1 ano e 75% das sobreviventes não são vacinadas.

O Haiti tem governo, mas não tem Estado. O país não tem ensino ou saúde públicos: 90% das escolas são particulares, e as mensalidades consomem o equivalente a 40% da renda das famílias menos pobres. Os hospitais são particulares, o que faz com que a maioria dos haitianos não tenha acesso a eles. Durante uma patrulha pelo bairro de Bel Air, um carro do Exército brasileiro socorreu uma mulher desnutrida, que estava desmaiada na calçada. Ela foi levada ao hospital. Por sorte, os médicos não estavam em greve.

Em Porto Príncipe, a maior cidade do país, praticamente não há transporte público. A população se desloca em tap taps, caminhonetes com pinturas características, que se transformam em vans de lotação. O trânsito é caótico. Até 2004, havia apenas um semáforo na cidade. Algumas vezes, os soldados têm de descer e disciplinar o tráfego nos cruzamentos. Um deslocamento de 10 quilômetros pode durar uma hora, sob sol escaldante. Grande parte de Porto Príncipe fica sem luz durante a noite. Nas patrulhas noturnas, os militares usam os Urutus, veículos blindados, para ir a essas áreas. É possível andar quilômetros em áreas totalmente escuras. “Mas, como muitos moradores dormem nas ruas, não usamos os blindados em todos os lugares”, diz o tenente Filipe Paiotti, que comandou uma patrulha acompanhada por ÉPOCA na região portuária de Waff. A pé, os militares têm de tomar cuidado para não pisar em pessoas que dormem sobre panos.

Marcelo Min

MISÉRIA

Um menino atravessa córrego cheio de lixo (acima). Mulher expõe biscoitos feitos de barro ao sol (abaixo). Em Cité Soleil, as crianças não têm brinquedos e biscoitos de barro servem como alimento

Marcelo Min

O conceito de pobreza muda quando se vê um local como Cité Soleil. Com cerca de 300 mil habitantes, Cité Soleil foi formada há décadas por migrantes que vinham do campo. O bairro lembra uma favela brasileira, mas é pior. Nas favelas do Brasil, muitos moradores fazem ligações clandestinas para usar água e energia elétrica sem pagar. Em Cité Soleil não há o que roubar. A energia elétrica só existe para quem paga por geradores. A água é trazida de longe, em baldes. O lixo está por toda parte: no chão ou entupindo os córregos. As crianças correm nas ruas, mas é raro ver alguma delas com um brinquedo. Durante oito dias, a reportagem de ÉPOCA não viu nenhuma. “Estou aqui há dois meses e ainda não vi nem bola com eles”, diz o capitão Marcelo Domingues, comandante da base militar brasileira mais próxima a Cité Soleil.

Stehelne Tirrer, de 25 anos, vive em Cité Soleil. Mãe solteira de três filhos, ela não trabalha. Em um dia no final de agosto, ela estava na fila para receber um pacote de leite em pó do Exército brasileiro. “Às vezes eu como todos os dias”, diz. E quando não há o que comer? “Mando meus filhos ficarem deitados em casa.” A falta de comida é responsável pela criação de uma iguaria típica do Haiti, uma espécie de biscoito de barro. A uma temperatura de quase 40 graus célsius, Nadia Guerrier, de 35 anos, seis filhos, mistura água e terra sujas com um pacote de sal grosso e manteiga em uma vasilha. A mistura é transformada em discos, colocados para secar. Cada um é vendido em uma feira por 25 gourdes (a moeda local), equivalentes a pouco mais de US$ 0,50. “Estou vivendo assim”, diz Nadia. Um barraco de placas de zinco é sua casa. As casas de tijolos do bairro são furadas por tiros. As que não têm teto são usadas como banheiro.

Nascido da utopia de escravos que se libertaram dos colonizadores franceses em 1804 e quiseram construir uma nação, o Haiti se transformou em uma tragédia ao estilo africano. O mais conhecido governante haitiano é o ditador François Duvalier, o Papa Doc, que permaneceu 14 anos no poder (1957-1971). Papa Doc mantinha uma espécie de milícia pessoal, os tontons macoutes. Como seus colegas africanos, Papa Doc se notabilizou pela ostentação do luxo pessoal em convívio com a miséria absoluta de seus “súditos”. O presidente Jean-Bertrand Aristide, que fez oposição à dinastia Duvalier e deixou o poder em 2004, vivia em uma mansão com um terreno amplo e cheio de árvores. Em frente a sua casa, mandou construir uma praça privada, com árvores e uma fonte. Fez isso num país onde não existem árvores e falta água. Aristide é parte da galeria de governantes que perpetuaram a corrupção e quebraram o Haiti.

O Haiti é um cliente antigo de intervenções internacionais. A atual missão de paz é a sétima em 20 anos. Essa rotina criou peculiaridades. Os políticos haitianos são craques em enrolar negociadores da ONU. Eles nunca dizem “não”, mas também não assumem compromissos. A população é apática em relação à missão de paz. “Os haitianos apenas nos toleram”, diz Luiz Carlos da Costa, da ONU. “É o primeiro país do mundo em que eu sinto indiferença da parte da população com a ONU.”

Carioca de nascimento, Costa é funcionário da ONU há 38 anos, cuida há 17 de missões de paz e está há três anos no Haiti. Antes, esteve em missões de paz no Kosovo (ex-Iugoslávia) e na Libéria, África Ocidental. É uma das pouquíssimas pessoas que se podem encontrar em Porto Príncipe vestidas com terno, gravata e uma camisa com abotoaduras nos punhos. Costa teve dificuldades para explicar a uma das filhas a decisão de trocar o belo escritório na sede da ONU, em Nova York, pelo atual, montado em um hotel falido – onde há uma piscina vazia, com peixinhos pintados nas paredes e estátuas de tartarugas no fundo –, localizado na área considerada nobre de Porto Príncipe. “Eu disse a minha filha que a ONU tinha a oportunidade de contribuir para a reconstrução do Haiti. E eu queria fazer parte”, afirma Costa.

A missão da qual Costa faz parte é ajudar o país a aprender a andar sozinho. “Deveria ser mais fácil solucionar os problemas de um país pequeno como o Haiti”, diz Costa. “Mas, além da miséria, há uma cultura política de uma elite que não possibilitou o desenvolvimento.” Cerca de 60% do PIB do Haiti vem de doações. O país recebe mais ajuda financeira externa que investimentos. É uma equação perversa, que muitos países da África superaram recentemente. A ajuda alivia, mas são os investimentos que ativam a economia. Um dos maiores obstáculos aos investimentos no Haiti é a falta de infraestrutura. Não há garantia de energia – a maioria dos haitianos corta árvores e faz carvão para cozinhar. As estradas são péssimas. Recentemente, um caminhão do Exército demorou três dias para percorrer 90 quilômetros entre duas cidades. Um contêiner que sai da China chega aos Estados Unidos com um preço mais baixo que outro que saia do Haiti – que fica a menos de duas horas de voo de Miami. Mesmo assim, a ONU tenta atrair investidores para o Haiti. Em outubro, o ex-presidente americano Bill Clinton levará um grupo de investidores ao país.

A elite haitiana mora nos Estados Unidos, na França e no Canadá. Poderia colaborar, mas não se interessa. Em Porto Príncipe, os poucos ricos vivem em bairros como Petión-ville, encravado nas montanhas. “Os haitianos vivem de remessas de parentes que moram no exterior”, afirma a canadense Amélie Gauthier, pesquisadora da Fundação para Relações Internacionais e o Diálogo Exterior. O Haiti recebe cerca de US$ 1,2 bilhão por ano em remessas de pessoas físicas. Por todas as esquinas de Porto Príncipe há lojas da Western Union, rede especializada em remessas.

A missão de paz no Haiti está em um momento de transição. O país foi pacificado, mas a vida dos haitianos melhorou pouco. Em 2011, haverá uma revisão dos trabalhos da ONU. É quase certo que os contingentes militares comecem a ser reduzidos. “Embora a segurança esteja sob controle, a situação do Haiti é frágil”, diz o general Floriano Peixoto, comandante militar da Força de Paz.

Para o Brasil, a saída do Haiti pode ser o fim de um desafio, mas será o início de outros maiores. Segundo Richard Gowan, há “um desejo político muito forte” na ONU em ver o Brasil em algumas das outras 16 missões de paz. Os desafios no Haiti são grandes, mas os desafios na África são maiores. No Congo, há diversos grupos rebeldes espalhados por um grande território. Na Somália, há sinais de presença da organização terrorista Al Qaeda. Os países europeus se recusam a enviar tropas para esses lugares. “Eu acho que, tendo um sucesso tão grande no Haiti, certamente a presença do Brasil seria bem-vinda em outras missões”, afirma David Harland, da ONU. “Se o Brasil quer ser uma potência global, tem de agir como uma”, diz Richard Gowan. A China e a Índia, concorrentes do Brasil no cenário geopolítico, já fazem isso. Mas é uma decisão difícil. Para crescer, o Brasil terá de colocar em maior risco a vida de seus militares. É um preço que o país terá de decidir se está disposto a pagar.

Revista Época




segunda-feira, 15 de junho de 2009

Rio de Janeiro tem complicado sistema de cotas

REVÉS
Alunos esperam pelo vestibular na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A Justiça considerou que o sistema de cotas vigente no Rio contraria o princípio da igualdade


Uma decisão da Justiça do Rio mostra como é difícil conciliar as cotas raciais com a igualdade perante a lei

Nelito Fernandes


A Justiça do Rio concedeu uma liminar que suspende o sistema de cotas nas universidades do Estado, numa ação movida pelo deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP). Os desembargadores concluíram que o sistema fere o princípio de igualdade para todos previsto na Constituição. Não é a primeira vez que a Justiça derruba as cotas – e certamente não será a última. Elas já foram suspensas, já voltaram, já caíram e ressurgiram. Cubro o assunto há pelo menos seis anos, já devo ter feito umas 15 reportagens sobre isso. Mas, mesmo já tendo lido e conversado com tanta gente, é difícil formar uma opinião.

Eis o que diz Frei David, que dirige a Educafro (um pré-vestibular para negros e carentes) e talvez seja o maior defensor do sistema de cotas no país: “A cota é uma medida emergencial para rediscutir a exclusão do negro”. É possível concordar com ele. Mas também dá para concordar com a antropóloga Yvonne Maggie, da Universidade Federal do Rio de Janeiro: “As cotas são um arremedo para aliviar as culpas de uns e de outros e fazer com que o país seja dividido em brancos e negros”. Ela tem razão. Já circularam nas universidades do Rio panfletos apócrifos contra as cotas tão racistas que não podem nem ser transcritos.

O Rio tem um intrincado sistema que mistura cotas raciais, preferência para alunos de escolas públicas e cotas para deficientes. Como fica o caso de um filho de um pedreiro branco? Está fora das cotas e tem boas chances de ser obrigado a pagar a faculdade. O.k., cotas raciais não são boas. Vamos fazer então cotas sociais. Pobres terão direito às vagas; ricos, não. E como definir quem é rico? E os filhos da classe média, que investiu na formação e agora é punida por ter conseguido um pouco mais na vida? Como fazer um sistema de cotas sem abrir mão da meritocracia? Está certo, vamos fazer cotas somente para os alunos de escolas públicas. Vamos perguntar a Joelma o que ela acha disso. Joelma é minha empregada doméstica. A filha dela, Jéssica Soares, é negra, mora em Imbariê, Baixada Fluminense, e, graças ao esforço da mãe, estuda em escola particular. Se tivermos cotas somente para alunos de escolas públicas, Jéssica estará fora. Os esforços de Joelma para dar uma educação melhor à menina teriam sido em vão.

As cotas criam um privilégio baseado em raça. E não
era justamente isso que a cota queria combater?

Outra questão ainda não foi respondida: quem é negro? Já entrevistei uma candidata ao vestibular, branca de classe média, que tinha o sobrenome “Branco”. Ela se declarou negra para entrar pelas cotas. Raquel Branco posou nas páginas de ÉPOCA, em 2003, dizendo que no Brasil todos têm sangue negro. Alguém discorda? As cotas raciais têm, em si, uma contradição. Ao defender determinada raça que teria sido prejudicada, acabam criando um privilégio baseado em raça. E não era justamente isso que a cota queria combater?

O mais perto que chego de uma opinião é baseado em minha própria experiência. Sou o primeiro da minha família a ter curso superior. Neto de favelados migrantes nordestinos, filho de policial civil com enfermeira, estudei em escolas públicas a vida inteira. Qual seria minha chance de virar jornalista de ÉPOCA? O instrumento para isso existe. Na minha época chamava-se crédito educativo. Hoje é o Financiamento Estudantil (Fies), um programa do Ministério da Educação e da Caixa Econômica Federal. Funciona assim: você recebe um empréstimo do governo para custear a faculdade e, depois de formado, paga com seu salário. O Fies tem orçamento de R$ 4 bilhões, menos de um terço do Bolsa Família. É tão discreto que muita gente nem sabe que ele existe. Para ter acesso, basta que a renda familiar, comprovada por contracheques, seja inferior a um salário mínimo e meio por pessoa. A burocracia era infernal, mas foi graças a esse sistema que eu me formei. Sem assistencialismo, sem injustiça. Um exemplo de como a mão do Estado pode intervir sem pesar.


FONTE: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI75206-15223,00-RIO+DE+JANEIRO+TEM+COMPLICADO+SISTEMA+DE+COTAS.html

Acessado em 15/06/09.


ART. 19º. III da Constituição Federal:

"É vedado à União, aos Estados e aos municíos: criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si."

ART. 208º. V da Constituição Federal:

" O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um."

Portanto, o sistema de cotas mostra-se como um sistema inconstitucional e, além disso, um retrocesso ao princípio da igualdade adquirida depois de muitas lutas ao longo da história. Mudança faz-se por meio de uma melhor educação para o país e não por meio de medidas paleatívas que são um mal costume nas políticas públicas no Brasil.

Contribua para a não-aprovação do sistema de cotas:

LIGUEM PARA O ALÔ SENADO, É GRATUITA A LIGAÇÃO.

Ligue 0800-612211. Em horário comercial.

ou envie mensagem pelo site do senado:

http://www.senado.gov.br/sf/senado/centralderelacionamento/sepop/?page=alo_sugestoes&area=alosenad

Espere para falar com uma atendente.
Diga que é contra as cotas estudantis para escola pública e raciais ,diga que é contra o Projeto de Lei da Câmara(PLC) 180/2008 - que impõe 50% para reserva de vagas em todas as universidades públicas de autoria da deputada Nice Lobão (DEM-MA) e apoiado no senado federal pela senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), atualmente o projeto está sendo analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do senado.

João Victor B. F. Rabelo


terça-feira, 26 de maio de 2009

"Diplomata é um indivíduo cuja cor predileta é o arco-íris." Millôr Fernandes




Escolha profissional: reflexos na vida adulta

A escolha profissional é um importante passo para uma vida adulta mais feliz, já que, tornando-se um bom profissional em determinada área, ocorrerá um reconhecimento deste por parte da sociedade. Porém, uma escolha errada trará sérios problemas, tais como desemprego, infelicidade e improdutividade.

Por isso, é fundamental não se deixar influenciar pelos pais, porque geralmente buscam que os filhos optem por profissões de maior reconhecimento e prestígio da sociedade, e não por profissões em que os filhos tenham mais habilidade e interesse em exercê-las.

Isso faz que muitos profissionais tornem-se frustrados em suas profissões, pois muitos estão exercendo funções que não os satisfazem. Para que isso não continue ocorrendo, é preciso desconsiderar a opinião de muitas pessoas, visando tomar uma decisão que, no futuro, não cause arrependimento e frustração.

É necessário, portanto, ter talento para o exercício de qualquer profissão e determinação para alcançar os objetivos na carreira profissional.

"
Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá a vida eterna."
Gálatas 6:7,8

"Cada um fique na vocação em que foi chamado." 1 Coríntios 7:20







Em recente pesquisa internacional da empresa de recursos humanos Bumeran, 94,4% de profissionais brasileiros entrevistados confessaram-se insatisfeitos com seus empregos e 95% descontentes com seus salários.

A psicóloga Vera Rita de Mello Ferreira desenvolveu um método no mestrado para auxiliar profissionais a reconhecer os fatores que impedem ou facilitam o desenvolvimento no trabalho. Parte da dissertação acadêmica, defendida no Departamento de Psicologia Social e do Trabalho da Faculdade de Psicologia da USP em 1999, está em seu livro " O componente emocional, funcionamento mental e ilusão à luz das transformações econômicas no Brasil desde 1985 " (Papel Virtual, 2000).

Formada em 1978 pela PUC -SP com especialização em Psicanálise pelo Instituto Sedes Sapientiae, Vera Rita divide o atendimento psicanalítico com o que ela denominou de consultoria da vida profissional. " A experiência clínica mostrava que meus clientes da psicanálise se desenvolviam com mais rapidez nas questões do trabalho e do dinheiro do que nas afetivas ", diz.

Em 1995, intrigada com os estragos decorrentes da inflação e dos planos econômicos para debelá-la, e respaldada nas referências dos clássicos Melanie Klein (1882-1960 ) e Wilfred Bion (1897 -1979 ), Vera se propôs a destrinchar o conceito: "Não existe nenhum processo de pensamento sem a raiz emocional". Há sete anos atende homens e mulheres entre 30 e 50 anos, sem interesse, dinheiro ou tempo para fazer análise e que vivem conflitos no trabalho.

O resultado da consultoria se aplica à Psicologia Econômica, pela qual se estudam comportamentos relacionados a recursos escassos como dinheiro, tempo e esforço. Seu principal expoente é o psicólogo George Katona (1901-1981), Universidade de Michigan . Nesse mês, Vera Rita participa do 27º Congresso de Psicologia Econômica na Finlândia, com um trabalho sobre as raízes do poder e é uma das organizadoras do 1º Encontro da área no Brasil que acontecerá em 2003, em São Paulo.

O método criado por Vera Rita consiste em cinco encontros de uma hora e meia cada um. Ao cliente, pede-se disposição para diagnosticar com cuidado seu comportamento profissional, por meio de reflexão e anotações. " Passo 'dever de casa' e aplico um questionário com 38 perguntas para entender o comportamento mental e como ele se posiciona no mercado. É recorrente surgir um problema central que será usado como modelo para verificar o que se associa a essa questão " .

Consultora e cliente analisam juntos uma situação de fracasso e outra de sucesso. Elas ajudarão a reconhecer limites, talentos, aptidões para funções, tolerância a frustrações, capacidade de ter "insights", viver o presente, formar e sustentar redes de relacionamento. E revelará como o profissional reage ao princípio do prazer e o que impede o prazer no trabalho e diminui suas chances de sucesso.

Procurar ajuda para se livrar de conflitos profissionais pode ser interpretado como fragilidade. Claudio* , 40 anos , jornalista; Oscar*, 50 anos, arquiteto; e Luiz * 44 anos, engenheiro mecânico são sócios numa produtora de vídeo e pedem sigilo de identidade. Há um ano e meio juntos, eles provaram que nem sempre as partes formam o todo. " Funcionávamos bem sozinhos, mas quando nos juntamos, a correria abafou problemas que só verbalizamos com o auxílio da Vera Rita " , diz um deles. A consultoria ao trio de sócios é muito recente e eles ainda não sabem avaliar seus efeitos, mas um dado emergiu. " Precisamos nos formalizar e lidar melhor com o dinheiro " .

Frank* , engenheiro mecânico de 44 anos, sentia há quatro anos que não utilizava todo seu potencial nos projetos de instalações industriais. "O meu emprego estava ´pequeno´ para mim" , recorda . "No processo de consultoria me lembrei de momentos de alegria e conforto quando descobri as relações entre habilidades diferentes que quando conjugadas me fortaleciam" . Frank hoje mora em Atlanta e é gerente de projetos e vendas de mineração. Há dois anos nos Estados Unidos, livrou-se da sensação de camisa de força que seu antigo emprego lhe causava.

Sonia Helena Dória London, 49, não entra na fragilidade masculina. Assume dúvidas e inseguranças ao sair da instituição do Terceiro Setor na qual trabalhava havia 4 anos. "Medo de não arranjar outro emprego, de não saber fazer mais o que eu fazia". Sonia acredita que o maior produto de sua reavaliação profissional foi a reorganização. "Hoje consigo trabalhar 18 horas semanais numa instituição e dar consultorias pontuais" . Perdeu o medo de não ter emprego, ganhou um trabalho.

* Cláudio, Oscar, Luiz e Frank são nomes fictícios.

domingo, 15 de março de 2009

"Quem conduz e arrasta o mundo não são as máquinas, mas as idéias" Victor Hugo



















Problemas sociais assolam a capital cearense

Fortaleza, 29 de abril de 2008.
Excelentíssima Prefeita de Fortaleza,

Os problemas sociais que assolam os bairros da periferia de Fortaleza proporcionam uma descrença na atual política da Prefeitura, visto que, em período de eleições, recebemos soluções plausíveis de Vossa Excelência, no entando, após o pleito, percebemos que há um agravamento de nossos problemas e as comunidades tornam-se mais necessitadas.

Ciente da pessoa compreensiva, que é a prefeita da capital cearense e da sua boa vontade, em atender nossos apelos, apresento-lhe as dificuldades pelas quais a periferia da cidade está enfrentando. As escolas e hospitais públicos estão sucateados, portanto, é necessária a reforma urgente desses locais. Existe também a carência de profissionais nas áreas da educação e da saúde, por isso, é precisa a contratação de pessoal capacitado para trabalhar nas comunidades.

Além disso, é quase inexistente o saneamento básico nas periferias, o que ocasiona a proliferação de doenças entre a população, atingindo, principalmente, as crianças e os idosos.

Conhecedor do desempenho e da prestabilidade de nossa prefeita e dos demais que compõem a Prefeitura de Fortaleza, sou sabedor de que nossas reivindicações serão atendidas no devido tempo.

Respeitosamente,
João Victor Belém Falcão Rabelo

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

"Não vai ser preciso dar um tiro para ocupar a Amazônia, vão-se comprar áreas." Eduardo Braga (Governardor do Amazônas)






Projeto de lei prevê aumento do desmatamento na Amazônia


Fortaleza, 9 de dezembro de 2008.
Excelentíssimo Senhor Presidente da República do Brasil,

A Amazônia está em perigo. E isso pode piorar devido à atitude de alguns deputados da Frente Parlamentar Rurralista que buscam a aprovação de um projeto para aumentar as áreas devastadas de 20% para 50% em propriedades na Floresta Amazônica.

Porém, o Greenpeace está mobilizando-se, no mundo inteiro, em busca da não-aprovação desse projeto de autoria do Deputado Jorge Khoury, do Partido Democratas (DEM) baiano, visando proteger o bioma da Amazônia dos ruralistas, pois eles estão preocupados apenas em retirar mais recursos da floresta, sem que haja respeito ao patrimônio nacional.

Por isso, é necessário o apoio de Vossa Excelência, tendo em vista que esse projeto é prejudicial a muitos brasileiros e à preservação dos ecossistemas nacionais. Com essa atitude, a Amazônia ficará mais protegida, e a população brasileira estará ciente de que o Presidente da República importa-se com esse problema.

Ciente da colaboração de Vossa Excelência, sou grato como cidadão brasileiro, pois a devastação da região amazônica influi diretamente nas outras regiões do Brasil e da América do Sul.

Respeitosamente,
João Victor Belém Falcão Rabelo





Dep. Federal Jorge Khoury (DEM-BA)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

"A ambição do homem é tão grande que para satisfazer a uma vontade presente, ele não pensa no mal que dentro em breve daí pode resultar." (Henry Ford)


Os políticos corruptos e o poder


Os desmandos de políticos, que têm a função de representarem a população brasileira, são frequentes, na medida em que não há punição para eles. Isso facilita a corrupção, principalmente os desvios de verbas públicas, que deveriam ser investidas em prol do bem-estar coletivo.

Além disso, esses mesmos deputados e senadores que estão no poder, outrora, em eleições passadas, disseram que iriam lutar contra a corrupção parlamentar. Essa atitude demonstra desrespeito com o povo brasileiro, pois, acreditando nas propostas e no caráter digno desses políticos, é dado o voto a eles nas eleições.


Por isso, é preciso maior conscientização da sociedade, tendo em vista que esses políticos, geralmente, estão repetindo-se nas eleições. No entando, eles na maioria das vezes não são punidos pela Justiça brasileira e continuam candidatando-se e elegendo-se sem que providências sejam tomadas para acabar com essa situação.

Desse modo, é preciso que a população esteja ciente dos políticos envolvidos com a corrupção e passe a não votar neles nas próximas eleições, havendo também leis mais rigorosas na punição dos crimes praticados por eles.


João Victor Rabelo


sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Sentimos que, mesmo depois de serem respondidas todas as questões científicas possíveis, os problemas permanecem completamente intactos." Ludwig Wittg















Juventude: esperança de um futuro melhor

A juventude é a esperança de um futuro melhor para o Brasil, na medida em que cada vez mais jovens têm acesso à educação de qualidade e tornam-se conscientes de seu papel como cidadãos. A partir daí, passam a exigir o cumprimento de medidas por parte dos governantes para que melhorem as condições de vida para a população.

Porém, o que vemos, hoje, é uma falta de respeito para com os jovens de nosso país, pois é necessário a eles a educação, saúde, moradia e lazer, que se encontram em péssimas condições.

Por isso, muitas pessoas encontram dificuldade em conseguir um bom emprego e acabam ingressando no mundo do crime. Esse mundo fornece maneiras rápidas e fáceis de aquisição de bens materiais, porém isso significa para a sociedade um aumento da violência e um agravamento dos problemas sociais.

Para que isso não continue ocorrendo, é preciso que haja um maior investimento do Estado nas áreas que estão carentes de apoio. É importante não deixar que o mundo do crime seja vitorioso nessa luta, portanto, é necessário o empenho de cada um contra más administrações, pois elas agravam cada vez mais esses problemas.

João Victor Rabelo